MARCHO QUE TEÑO QUE MARCHAR
Marcho que teño que marchar.
Mas ainda tenho areia nos bolsos,
contas de luz por pagar,
um caso de amor não resolvido,
e chubasqueras que não sei onde diabos enfiar.
(Será que um dia eu volto para cá?)
Tô voltando pra casa, sim.
Mas ainda tenho um gosto esquisito na boca.
Talvez seja do idioma que andou praticando minha língua.
Ou das palavras que não encontraram tradução ficaram acumuladas na garganta. Você sabia que a garganta é o limbo entre dois países? Não é o oceano não.